Thriller

Mais uma vez, o culto dos mortos persegue-nos na nossa viagem e na passagem pela terra do Homer (ou não, ainda não percebi bem porque não encontrei o bar do Moe, mas podia estar de férias), não podia deixar de estar presente. Estes americanos são de tal maneira obsessivos com estas questões, que têm inclusivamente, junto ao cemitério onde está sepultado o Abraham Lincoln, um macábro Museu dos Costumes Funerários...

Quando visitámos o Oak Ridge Cemetery, os sixty-sixers Homer & Peter decidiram relembrar-se do velho teledisco (ok, já sei que esse termo está ultrapassado e que não se diz assim, que é videoclip ou sei lá o quê...) do multicolor Michael Jackson e mostrar os seus dotes de representação fúnebre.

Soube hoje (porque andamos um pouco alheados do mundo, aliás como o devem andar grande parte dos americanos) que os Russos andam em guerra com os Georgianos. Espero que isto não dê para o torto e nós ainda termos que nos alistar nas forças armadas cá do sítio.

O pior da questão dos russos é que sempre ouvi dizer que a nossa língua, oralmente é muito parecida com o russo, especialmente se for ouvida por alguém que não fala nenhuma das duas. Entre nós, apesar de sermos todos americanos (Capone, Fonda & Simpson), costumamos falar na língua de Camões. Se por acaso algum americano ouve mal as notícias e percebe que os russos bombardearam a Georgia (mas julgando referir-se àquele Estado do sudeste americano cuja capital é Atlanta), acho que vamos acabar crucificados numa cruz a arder, como faziam aqueles gajos dos Estados do Sul, que usavam uns lençois brancos na cabeça em forma de ponta de lápis no século passado.

Hoje entrámos na Route 66 de dia (sim pai, também viajamos de dia! ;-)) e percorremos os trilhos todos da velha estrada mãe entre Springfield e St. Louis, passando para o Estado do Missouri. Uma distância de cerca de 160 km que durou umas 3 horas, onde ainda vimos a Soulsby Shell Station, a bomba de gasolina mais antiga da velha 66, que está neste momento desactivada e no lento processo para se tornar num mini-museu.

O Peter anda demasiado desorientado com estas deslocações permanentes de cidade em cidade, de estado em estado, que em cada cidade que passa, julga sempre que está noutra!

Não resisto a descrever um episódio da nossa passagem por Chicago, em que estávamos nós (esfomeados - pode ter sido essa a razão) à procura de um sítio para jantar às 10 e meia da noite e o Peter decidiu abordar um indivíduo que passou por nós, para saber se nos podia dar algumas dicas. Na primeira abordagem que fez, saiu-se com a seguinte questão: "Are you from Boston?". Eu, o Homer e o desconhecido interpelado ficámos todos com cara de parvos, a pensar: "Mas este gajo é maluco ou está a gozar com ele ("comigo" para o outro)?!?". Ainda agora me riu de cada vez que imagino a cena, e na altura também ficámos todos a rirmo-nos da situação durante um bom bocado, mas como o último a rir é o que se ri melhor, tivemos a pior refeição da nossa vida, num local indescritível, em que caso a ASAE lá entrasse dentro, só tinha uma solução: mandar chamar as forças da NATO para bombardear o local e garantir que ele desapareceria do mapa. O que interessa é que sobrevivemos e o que não nos mata, torna-nos mais fortes (nem que seja para os lados!!).

Abraços e beijinhos a tod@s

Al Capone

PS: Alphabet, o espírito de Chicago instigou o Capone que há em mim, pelo que a minha outra personalidade ficará incógnita até o poder do patrão da Máfia deixar de me dominar...